O diretor da Vércer conta como o setor supermercadista pode ter ganhos em diversas frentes a partir de um eficiente cadastramento de produtos

Desde quando o cadastramento de produtos passou a ser uma ferramenta essencial para o supermercadista?

Já há algum tempo. Nas pesquisas que fizemos com a APAS constatamos que há mais de 10 anos existe um gargalo no processo cadastral de produtos. É uma demanda do varejo alimentar e de outros 21 outros setores da economia. Cada supermercadista tem um sistema de gestão próprio, operando em um processo diferente. A partir de março de 2020, com o início da pandemia, esses processos tiveram um desafio ainda maior para acelerar a automatização do cadastramento. 

Como surgiu a Vércer?

Foi ouvindo os supermercadistas. A partir dessa escuta, a Associação Paulista de Supermercados (APAS) e a Associação Brasileira de Automação (GS1) buscaram o melhor know how e tecnologia do mundo para automatizar o processo cadastral, trazendo confiança para toda a cadeia do abastecimento. As compras online, que ganharam muito mais popularidade na pandemia, precisam estar com todas as informações cadastradas, inclusive com imagens para despertar mais atenção dos consumidores. Nosso propósito já está no nome: verificação e certificação de dados de produtos, garantindo que tenhamos todas as informações atualizadas. 

Como ela funciona na prática?

A gente parte da ideia de eliminar todo e qualquer atrito que se possa ter com as informações todas que um produto contém. A Vércer se conecta com o sistema do varejista para atualização das mercadorias. Você pode somar às suas informações os atributos que a Vércer passa a disponibilizar. Funciona como um aplicativo, que você opera de forma intuitiva.

Como tem sido a recepção?

Tem sido excelente. Hoje, são cerca de 140 redes de varejo que fazem parte da Vércer. Ter acesso a esse catálogo é algo visto com ótimos olhos. Muitos questionam porque não surgimos há 10 anos e eu sempre respondo que esse agora é o segundo melhor momento para a Vércer ter nascido (risos). O primeiro foi há 10 anos, quando não tínhamos essa visão estratégica.

Como você enxerga a evolução desses setores em cadastramento?

O setor mais avançado é o farmacêutico, com ótimas práticas de mercado. Já faz alguns anos que eles são referência. Dois mercados se encontram mais atrasados: o alimentar, por conta das margens apertadas, e o de material de construção. Esses dois segmentos contribuem com, em torno, de 20% do que atendemos no universo brasileiro de produtos, com 400 mil skus. Isso mostra que há muito trabalho não automatizado. As grandes redes estão avançadas, mas existe um mercado muito pulverizado com crescimento exponencial e um processo ainda manual do cadastramento

E quais os ganhos que a digitalização oferece?

É a evolução do processo cadastral, que é um caminho sem volta. Algumas inovações vieram para ficar, como aplicativos de corrida e de delivery. É nessa ideia que a Vércer entra, com a curadoria das informações e atributos dos produtos, deixando sempre atualizado para o varejo consumir sem qualquer custo. Todo o trabalho é custeado pelos proprietários das marcas. Nossa ideia é que, em poucos anos, tenhamos todas as indústrias depositando suas informações de produtos para que possamos certificar de forma correta, garantindo uma unidade de informação, sem uso de e-mail, whatsapp ou planilha de Excel. 

O código de barras é um aliado nesse processo. Como fazer melhor uso dele?

Tudo começa por ele. É a chave-mestra do produto porque ele é único. Cada produto tem sua classificação fiscal e tributária. Se não seguir o correto cadastramento, o estabelecimento fica passível a ser multado, por isso, é importante buscar dados de uma fonte confiável. Cabe exclusivamente ao dono do estabelecimento essa atividade. Por mais que a indústria possa auxiliar o supermercadista com informações sobre a classificação fiscal, é fundamental que o varejista faça a verificação, garantindo a informação correta. A partir do momento que eu passo a vender um produto, a responsabilidade é toda do varejista. Não existe coparticipação e o código de barras ajuda nessa questão.

Quais as informações essenciais sobre os dados dos produtos?

Primeira é a descrição completa, especialmente para a busca virtual, o segundo é a classificação fiscal e tributária e a terceira são as imagens em alta resolução para uso nos mais diversos canais, inclusive nos tabloides impressos. 

Como funciona para o cadastramento de FLV?

Há um movimento muito forte no Brasil para garantir a rastreabilidade do produto, trazendo todo o histórico do produto, especialmente nas industrias de FLV e flores. O código de barras e o QR Code garante esse histórico. É um movimento forte nos Estados Unidos e começa a ganhar força no Brasil FLV embaladas, com código de barras para captura de informações. Isso acontece com ovos também, acompanhando, inclusive, cada unidade no interior da caixa, dando mais visibilidade do produto ao cliente final.

Como a Vércer se prepara para uma política de extinção de embalagem?

A gente percebe muita mudança na embalagem, na diminuição, na quantidade de plástico utilizada e algumas poucas têm o cuidado com a questão ambiental. Algumas buscam isso, mas é muito incipiente falar que existe um movimento enorme. As maiores estão começando a criar essa consciência por conta da geração de resíduo, mas é um desafio enorme, que vai levar muitos anos. É um movimento pequeno que as empresas precisam se atentar porque não tem volta.

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